Mais raros, os tumores nas vias biliares correspondem a 3% dos que acometem o sistema gastrointestinal. No entanto, podem ser devastadores se diagnosticados tardiamente. Essas formações englobam a região biliar e são divididas entre intra hepáticas, peri hilares e extra hepáticas.
Esse tipo de tumor atinge o fígado, os canais biliares e a vesícula biliar. A bile, por sua vez, é um fluido muito importante para a digestão, já que dissolve as gorduras dos alimentos e absorve os seus nutrientes.
Causas e sintomas do tumor das vias biliares
Mais comum em pessoas de 60 a 70 anos, o câncer das vias biliares tem cura se for diagnosticado precocemente. Porém, sua evolução porém é muito rápida e em geral o paciente só o descobre quando está em estado avançado.
Os sintomas desse tipo de câncer não são muito específicos, o que dificulta o diagnóstico de forma rápida. Mas, quando o paciente começa a ter dores abdominais, perda de peso repentina, febre, inchaço na barriga, coceira generalizada, náuseas e vômitos, perda de apetite e icterícia, é muito importante buscar um médico de confiança para que ele possa investigar o problema. Em geral esses são sintomas relacionados à doenças das vias biliares.
O tumor das vias biliares é chamado de colangiocarcinoma. Esse câncer começa nas células glandulares e se desenvolve no tecido que reveste toda a via biliar.
Dentre as causas mais prováveis para seu surgimento, estão os cálculos biliares (como a colelitíase e hepatolitíase), pólipos na vesícula biliar, tabagismo, obesidade, colangite esclerosante primária, cistos de colédoco e infecção das vias biliares por parasitas.
Quais são os possíveis tratamentos para o problema?
Os tratamentos para o tumor das vias biliares dependem muito do estágio em que ele está, se já apresenta metástases e das condições físicas do paciente. A cirurgia sempre é a melhor opção e é a única estratégia considerada curativa. Quando o tumor é irressecável, os métodos mais usados são a radioterapia e a quimioterapia. Nesses casos, também são usadas próteses dentro das vias biliares. O objetivo das próteses é aliviar os sintomas obstrutivos como, por exemplo, a icterícia. Vale acrescentar que o foco dessas terapias é amenizar os sintomas e a evolução da doença. Isso traz mais qualidade e tempo de vida ao paciente.
Já os tumores ressecáveis são os que podem ser retirados por cirurgia. A cirurgia é o único método de cura, no qual são extraídas a área onde se localiza o câncer e seu entorno. Nesses casos, a vesícula biliar e os gânglios linfáticos são sempre retirados. Se o tumor estiver no fígado (colangiocarcinoma intra-hepático), uma parte desse órgão também é retirado (hepatectomia).
Quais são as cirurgias para o tumor de vias biliares?
Quando o tumor é muito invasivo pode ser avaliada uma cirurgia paliativa. O objetivo é desobstruir as vias biliares e aliviar as dores, mas sem curar a doença.
A cirurgia curativa é realizada de acordo com a localização do tumor das vias biliares. Quando o tumor é intra-hepático (colangiocarcinoma intra-hepático), através da retirada de parte do fígado, das vias biliares, da vesícula e dos gânglios linfáticos. Para o câncer peri-hilar (colangiocarcinoma peri-hilar ou tumor de Klatskin), são retirados parte do fígado, a vesícula, o ducto biliar e os gânglios linfáticos. Já no caso do câncer da via biliar distal (colangiocarcinoma distal e neoplasias peri-ampulares), há a remoção de parte do pâncreas e do intestino delgado além da via biliar principal, vesícula e gânglios linfáticos.
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