Dr. Douglas Bastos

Pancreatite crônica: sintomas e tratamentos

Pancreatite crônica: sintomas e tratamentos

A pancreatite crônica é uma inflamação grave e de longa duração no pâncreas. No Brasil, são registrados cerca de 15,9 casos da doença a cada 100 mil habitantes todos os anos. Pessoas do sexo masculino são mais propensas a desenvolver essa inflamação.

O pâncreas está localizado atrás do estômago e faz parte tanto do sistema digestivo, secretando suco pancreático, quanto do endócrino, produzindo insulina e glucagon.

Causas

A causa mais comum é o excesso de bebida alcoólica, principalmente, quando relacionado ao alcoolismo. Doenças autoimunes e genéticas, como a fibrose cística, também podem causar a enfermidade em alguns pacientes.

O álcool e algumas dessas doenças acabam provocando obstruções ou alterações nos canais de condução do pâncreas, impedindo a liberação dos sucos pancreáticos para o duodeno, parte inicial do intestino. Essas substâncias então se acumulam no órgão e passam a danificar o seu funcionamento.

O problema pode formar um tecido cicatricial, resultado do endurecimento dos tecidos do pâncreas, e fazer o órgão parar de produzir a quantidade normal de enzimas digestivas. Com isso, é provável que a pessoa tenha problemas para digerir gorduras.

Aos poucos, as células que produzem o suco pancreático vão sendo destruídas e, por isso, há a perda de funcionalidade do órgão.

Sintomas da pancreatite crônica

As três principais manifestações da pancreatite crônica são dor, diarreia e diabetes. A dor acontece nos momentos de crise. Ela é frequente na parte superior do abdômen e irradia para as costas

Por causa da inflamação, o órgão atrofia e perde as funções exócrina e endócrina, diminuindo assim, a produção da enzima responsável pela digestão de gorduras. O resultado dessa deficiência é a diarreia de intensidade variável.

Na fase mais avançada da doença, o pâncreas deixa de produzir insulina, causando diabetes.

Outros sintomas incluem: barriga inchada e dolorida; náuseas e vômitos; febre baixa até 38º; e perda de peso sem causa aparente.

Tratamentos

A doença não tem cura, porém pode ser controlada com alterações no estilo de vida, adoção de uma alimentação equilibrada e uso de alguns remédios para aliviar os sintomas.

Geralmente, a primeira medida tomada após o diagnóstico é a hospitalização para controlar a inflamação. Em seguida, é preciso iniciar um jejum para recuperação e estabilização do órgão.

Bebidas alcoólicas e cigarro devem ser evitados. Além disso, também devem ser retirados da alimentação alimentos gordurosos, como frituras, bolos e salgadinhos, por exemplo.

Medicamentos para facilitar a digestão, como uso de enzimas digestivas, contribuem para a melhora das alterações digestivas e nutricionais. Normalmente, é feito com o uso de remédios anti-inflamatórios e analgésicos, como Acetaminofen ou Tramadol, para reduzir a inflamação e a dor.

Em alguns casos, procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos para alívio da dor, dependendo da causa e intensidade, também são indicados para o tratamento de pancreatite crônica.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
7 sinais de problemas no pâncreas

7 sinais de problemas no pâncreas

O pâncreas é um órgão indispensável para o organismo, fazendo parte tanto do sistema digestivo quanto do endócrino. É responsável por secretar suco pancreático, que contém enzimas digestivas, e também por produzir muitos hormônios importantes para o corpo, como insulina e glucagon. Ele está localizado atrás do estômago e tem cerca de 15 cm.

O mau funcionamento dessa glândula acarreta em diversos sintomas, que podem indicar doenças graves. Os principais sinais e sintomas estão listados abaixo:

1. Dores abdominais

Podem ser difusas em todo o abdômen, porém é mais comum que a dor seja na parte superior do abdômen, como um “cinturão apertando” e com irradiação para a parte de trás do tronco.

2. Náuseas, vômitos e mal-estar

Por estar ligado às funções digestivas, são comuns náusea, vômito e mal-estar. Como o sistema digestivo está alterado, os alimentos não são bem digeridos.

3. Barriga inchada

Os problemas provocam a sensação de má digestão após as refeições e a sensação constante de que a barriga está inchada.

4. Febre

As enzimas que atacam o pâncreas causam uma inflamação e, consequentemente, como todo processo inflamatório, é habitual que ocorram episódios de aumento da temperatura corporal.

5. Dor de cabeça

A dor de cabeça se deve ao fato de que o sistema imunológico está sendo atacado e os efeitos dessa debilidade são sentidos de imediato.

6. Perda de peso

Quando os alimentos são mal sintetizados, não são obtidos os nutrientes adequados para o órgão. Isso significa que ou ele está obstruído por cálculos biliares ou está sendo destruído por suas próprias enzimas. Por isso, é normal que as pessoas que têm uma enfermidade associada a ele comecem a perder peso, mesmo sem ter feito alterações na alimentação.

7. Icterícia

Comum em doenças no fígado, a icterícia se apresenta nos casos mais graves de problemas pancreáticos, com uma coloração amarelada nos olhos e pele.

Principais doenças relacionadas

Os sintomas acima estão ligados às principais doenças pancreáticas, como por exemplo, pancreatite aguda ou crônica, câncer, insuficiência pancreática, diabetes, presença de cálculos e ou cistos. Entretanto, cada uma apresenta um ou mais sintomas específicos, de acordo com a especificidade e gravidade.

Quando não ligados à doenças autoimunes, a causa desses problemas é muitas vezes decorrente de uma má alimentação, ingestão exagerada de gorduras e álcool – que pode danificar esse órgão de modo irreversível.

Como evitar problemas no pâncreas

Manter hábitos saudáveis, como evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo, praticar atividades físicas de forma regular e ter uma alimentação saudável e equilibrada, podem ser essenciais para evitar enfermidades no órgão.

Caso seja percebido qualquer alteração no corpo ou qualquer sintoma ou sinal que possa representar problema no pâncreas, é importante procurar um médico para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Tumor de pâncreas: diagnóstico e tratamentos

Tumor de pâncreas: diagnóstico e tratamentos

Embora muitos sinais possam apontar a existência de um tumor de pâncreas, são necessários exames, e até mesmo biópsias, para que o diagnóstico dessa doença seja confirmado.

Durante a visita ao médico, o paciente deverá informar sobre os sintomas existentes e apresentar o histórico médico completo. É importante lembrar os casos já existentes da doença na família, além dos fatores de risco. 

De modo geral, vários tipos de câncer bloqueiam o canal biliar . Esses tumores provocam o aumento da vesícula biliar, o que a torna palpável em um exame físico. Caso o câncer de pâncreas já tenha se espalhado para o fígado, o médico poderá notar um aumento de tamanho deste órgão.

O tumor de pâncreas também pode se espalhar para gânglios linfáticos da clavícula. Caso, durante a consulta, o médico encontre qualquer sinal de anomalia no corpo do paciente, poderá solicitar outros exames. 

Tratamento do tumor de pâncreas

Após o diagnóstico do tumor de pâncreas, o médico poderá conversar com o paciente e seus familiares sobre as possibilidades de tratamento existentes.

Conforme o tempo e o estágio da doença, o paciente terá à disposição a cirurgia. Associado a esse tratamento, pode ser necessário realizar quimioterapia ou radioterapia, entre outros procedimentos. Dessa forma, dependendo do caso, o médico poderá optar por mais de um tipo de tratamento.

Cabe ao médico esclarecer todas as possíveis alternativas terapêuticas e respectivos riscos. Com isso, o paciente poderá julgar melhor entre as opções disponíveis.

Há, por fim, a opção que nenhum profissional aceita, mas que deve sempre ser discutida e pensada no momento mais oportuno: tratamento paliativo. Trata-se da interrupção do tratamento do tumor de pâncreas, quando o procedimento não estiver mais controlando a doença. Nessa situação, o foco deve ser amenizar o sofrimento e promover uma melhora na qualidade de vida dos pacientes e familiares que fazem essa escolha.

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como especialista em cirurgia digestiva no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Você sabe qual é a função da vesícula biliar?

Você sabe qual é a função da vesícula biliar?

O sistema digestivo conta com inúmeros órgãos que têm propriedades específicas, como o estômago e o intestino. Menos conhecida, a vesícula biliar está localizada na parte superior direita do abdômen, logo abaixo do fígado.

O formato dela é de uma pequena bolsa que mede de 7 a 10 centímetros em um adulto, possui coloração verde-escura e se assemelha a uma pêra. Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre a função e as características desse importante órgão do sistema digestivo.

Qual é a função?

A vesícula biliar é o órgão que armazena a bile, substância produzida pelo fígado. A bile é um fluido que contribui para a digestão, principalmente na quebra e absorção da gordura.  

Contudo, esse órgão não é responsável por acumular toda a bile – apenas parte dela. A liberação desse fluido, pela vesícula biliar, ocorre pouco depois de ingerirmos os alimentos. Dessa forma, a vesícula, responsável por armazenar a bile, contribui com o fígado no sentido de possibilitar a absorção dos alimentos de forma mais rápida e menos danosa à saúde.

Retirada da vesícula biliar

Uma dúvida muito comum é se a retirada cirúrgica da vesícula pode afetar a pessoa. O primeiro ponto a ser levantado é que isso não elimina a produção de bile – pois ela é feita pelo fígado. Contudo, algumas restrições devem ser adotadas.

Como a principal função dessa vesícula é a absorção de gorduras, alimentos com alto teor de lipídios (como frituras) devem ser evitados durante um período de readaptação do organismo. Normalmente isso é necessário apenas nos primeiros 30 dias após a cirurgia.

Problemas relacionados à vesícula biliar

O que é muito comum quando falamos desse órgão são os cálculos que se acumulam na região. Popularmente são conhecidos como “pedras na vesícula”. Devido à um desequilíbrio na concentração da bile, começa haver a formação de cristais. Com o tempo esses cristais se  transformam nesses tipos de “pedra” na região.

Em casos mais graves, há o entupimento do canal principal da bile, causando doenças que precisam ser urgentemente tratadas, como a pancreatite (inflamação do pâncreas); colangite (infecção da via biliar) e a colecistite (inflamação da própria vesícula). Esses quadros clínicos são, na verdade, complicações da pedra na vesícula. 

Tomar os cuidados necessários e entender a função desse órgão permite melhor qualidade de vida às pessoas. Caso seja necessária a intervenção cirúrgica para retirar a vesícula biliar, não se preocupe: é possível viver bem, mas os hábitos alimentares precisam ser mudados temporariamente. Ah, e a cirurgia da vesícula é minimamente invasiva, não maioria dos casos o paciente recebe alta no dia seguinte à cirurgia.

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Laparoscopia: saiba tudo sobre o procedimento e seus benefícios

Laparoscopia: saiba tudo sobre o procedimento e seus benefícios

O desenvolvimento da tecnologia permitiu que diversas áreas se beneficiassem e, com a medicina, não foi diferente. Atualmente, com a laparoscopia, é possível realizar diversas intervenções cirúrgicas com alta taxa de sucesso. Esse é um método considerado minimamente invasivo. Saiba tudo sobre esse procedimento e quais os benefícios dele para médicos e pacientes.

História

O termo laparoscopia é uma junção dos termos gregos ‘láparos’ (abdômen) e ‘copia’ (examinar). Quando esse procedimento foi criado, no início do século XX, era utilizado apenas como ferramenta para diagnósticos. Nas décadas seguintes, foi empregado também em situações pontuais de intervenção cirúrgica.

A mudança de paradigma aconteceu em 1985, quando o cirurgião alemão Erich Mühe realizou uma colecistectomia (retirada da vesícula biliar) com a técnica. Foi a 1ª vez que esse tipo de cirurgia foi realizado, sem grandes cortes na região abdominal. Isso abriu caminho para que outros procedimentos também fossem feitos dessa maneira.

O que é a laparoscopia

Essa técnica consiste na utilização de instrumentos que permitem a visualização e manipulação dos órgãos sem a necessidade de se fazer um corte grande. 

Nas cirurgias laparoscópicas, geralmente são feitas pequenas incisões por onde o médico introduz os instrumentos para a realização do procedimento. Caso a intervenção seja feita na região abdominal, o cirurgião utiliza dióxido de carbono para expandir a cavidade e aumentar o campo de visão.

A técnica laparoscópica é muito utilizada em cirurgias abdominais, como retirada de vesícula biliar e do apêndice. Também é possível realizar procedimentos nos tratos estomacal e intestinal, além do fígado e do pâncreas. Grande parte das intervenções cirúrgicas ginecológicas e urológicas também são feitas por laparoscopia. Ela ainda é recomendada em artroscopias (operações em articulações), principalmente no joelho.

Benefícios e riscos

A laparoscopia é uma técnica de cirurgia minimamente invasiva e que geralmente dura menos tempo que as feitas com a abertura da região. Isso resulta em uma recuperação mais efetiva e rápida do paciente, sendo que, em diversos casos, ele pode receber alta um dia depois do procedimento.

Com cortes menores e menos invasivos, a técnica apresenta risco de infecções baixo, e o paciente não fica tão exposto à dor causada pelas pequenas incisões. Além disso, a menor incisão causa menos prejuízos à parte estética, ou seja, pequenas e poucas cicatrizes após a cirurgia.

Mas, assim como todo e qualquer procedimento cirúrgico, na laparoscopia, existem riscos para o paciente. Ainda que a incidência seja baixa, existe a ameaça de cortes maiores, lesões de órgãos e a ocorrência de hemorragias. Outro problema que pode surgir é o desconforto causado pela distensão do abdômen.

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Cirurgia do baço: como funciona o pós-operatório

Cirurgia do baço: como funciona o pós-operatório

A extração total ou parcial do baço é tecnicamente chamada de esplenectomia. É também um procedimento cirúrgico importante para casos de algumas doenças no sangue ou algum problema específico da glândula.

Apesar de ser um procedimento relativamente simples, são necessários alguns cuidados pós-operatórios, para que não existam complicações. Por isso, preparamos o artigo a seguir com as principais informações que o paciente que passa por uma esplenectomia precisa saber para ter uma recuperação saudável.

Boa leitura!

Sobre o baço

O baço ainda é um órgão desconhecido para a maioria das pessoas. Então, antes de falarmos sobre como funciona o período pós-operatório de uma esplenectomia, vamos descrever um pouco esse órgão e algumas funções dele.

O baço é um órgão que faz parte do sistema linfático e está presente em todos os animais vertebrados. Ele atua eliminando microrganismos que possam causar doenças. Também age destruindo os glóbulos vermelhos do sangue que apresentam alguma anomalia ou que estão envelhecidos.

Também podemos dizer que esse órgão é parte importante do sistema imunológico. Isso porque ele auxilia na filtragem do sangue e serve como um depósito para células conhecidas como monócitos. Os monócitos auxiliam o corpo a se defender de vírus e bactérias.

Apesar de ser um órgão tão importante, caso seja necessário, o ser humano pode viver sem ele. 

Diversas situações podem exigir a retirada parcial ou total do baço, em um procedimento geralmente realizado através de laparoscopia, ou, em casos de trauma, de cirurgia aberta.

O pós-operatório

Mesmo sendo uma cirurgia com recuperação rápida, a esplenectomia exige diversos cuidados pós-operatórios.

Logo após a cirurgia, os pacientes se recuperam do efeito da anestesia geral na sala de recuperação anestésica. Alguns casos, como nos pacientes de idade mais avançada, pode ser indicado o primeiro dia no CTI para melhor monitoramento. Já no quarto, é muito comum que o paciente esteja apto para caminhar, mas isso deve ser feito gradualmente, sempre com supervisão do enfermeiro ou de um familiar.

Desde o primeiro dia após a cirurgia, é introduzida a dieta oral, sem comida pesada, objetivando boa digestão.

A volta para casa e o reinício das atividades

A alta hospitalar geralmente ocorre já no dia seguinte à operação, e o paciente precisa apenas ficar atento às instruções médicas sobre como cuidar dos curativos e aliviar as possíveis dores. Para proteger o local das incisões, são colocadas fitas micropore.

O paciente pode andar, subir escadas e fazer as atividades normais, mas deve evitar esforços muito grandes, como praticar esportes e carregar pesos, por pelo menos 60 dias.

Desse modo, o paciente pode retornar ao trabalho assim que se sentir bem, o que pode acontecer a partir de três dias após a cirurgia de retirada do baço. Se não houver dor, qualquer atividade poderá ser realizada desde que não exija maior esforço físico.

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Baço, Todos
Tire suas dúvidas sobre a biópsia do fígado percutânea

Tire suas dúvidas sobre a biópsia do fígado percutânea

O fígado é um órgão vital do corpo humano, sendo, assim, essencial cuidar da saúde, para que não seja acometido por problemas graves. Para um acompanhamento ou diagnóstico de doenças no fígado, ou nas vias biliares, um dos procedimentos que pode ser realizado é a biópsia do fígado percutânea. 

Para isso, é utilizada uma agulha especial. Essa agulha é inserida no lado direito da região abdominal, após a localização do melhor ponto para a biópsia. O paciente deve permanecer com o braço direito apoiado atrás da própria cabeça. Para a realização da biópsia do fígado percutânea, é utilizada a anestesia local na região onde será inserida a agulha. Também é feita uma sedação leve, que proporciona maior conforto e segurança ao paciente.

A realização do procedimento é bastante rápida, podendo levar aproximadamente 30 minutos. Em seguida, há a necessidade de permanecer algumas horas em observação antes de receber alta. 

Qual a finalidade da biópsia do fígado percutânea?

A biópsia do fígado percutânea é um procedimento com uso bastante amplo. É realizada, na maioria dos casos, após uma sequência de exames que apresentem resultados inconclusivos, para os quais deve ser feita uma investigação mais detalhada do fígado. Nessas situações, é indicada essa biópsia.

Assim, esse tipo de procedimento pode ajudar a detectar problemas que estejam acometendo o fígado ou as vias biliares. Isso permite que o tratamento adequado possa ser iniciado o mais rapidamente possível.

Além disso, essa biópsia também pode ser solicitada para o acompanhamento de algumas doenças, servindo para a observação do avanço e do estágio atual. Também pode indicar mudanças necessárias no tratamento empregado.

Qual o tempo de recuperação após a biópsia do fígado percutânea?

Após o procedimento, o paciente apresenta uma melhora bastante rápida. Depois de 1 ou 2 dias, é possível que ele realize qualquer tipo de movimento ou atividade, não ficando restrito a longos períodos de recuperação.

Em geral, é comum que o paciente sinta ainda, ao longo da primeira semana, algumas sensações de dor ou uma maior sensibilidade na região da biópsia do fígado percutânea. Isso não afeta diretamente a realização de qualquer tipo de atividade, sendo apenas um pequeno incômodo passageiro. Em alguns casos, bastante raros, pode haver sangramento no local da biópsia, devendo ser imediatamente reavaliado pela equipe médica.

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Transplante de pâncreas: quando é indicado e como funciona

Transplante de pâncreas: quando é indicado e como funciona

O transplante de pâncreas é indicado em casos muito especiais. O exemplo clássico são portadores de diabetes tipo 1 cuja glicemia no sangue se torna incontrolável com a insulina. Normalmente são pacientes que se encontram em estado mais grave devido a uma insuficiência renal em virtude também do diabetes. 

Esse transplante é capaz de curar o diabetes, uma vez que propicia a diminuição ou mesmo a retirada das aplicações de insulina. Contudo, também apresenta riscos e algumas desvantagens como, por exemplo, pancreatite e outras possíveis infecções. Também é necessário o uso de medicamentos imunossupressores por toda a vida, com o intuito de prevenir qualquer rejeição ao órgão transplantado.

A indicação do transplante de pâncreas ocorre de três formas:

  • Transplante de pâncreas e rim (simultâneo): quando o paciente apresenta um quadro clínico de insuficiência renal crônica grave junto à diabetes tipo 1;
  • Após o transplante de rim: indicado para o paciente que já tem um transplante de rim realizado e com excelente funcionamento. Nesse caso, o transplante de pâncreas ocorre com o intuito de tratar a diabetes de difícil controle e evitar novas complicações renais, além de neuropatias, cardiopatias e retinopatias.
  • Transplante somente do pâncreas: quando os portadores de diabetes tipo 1 correm risco de desenvolver complicações, como já citadas, devido à dificuldade em controlar a glicemia.

Como ocorre o transplante de pâncreas?

Em primeiro lugar, paciente é incluído em uma fila única de transplante onde a espera pode variar de 2 a 3 anos no Brasil. 

A cirurgia consiste na retirada do pâncreas do doador, para então ser implantado no paciente. Isso ocorre junto à bexiga, sem a necessidade que o pâncreas doente seja retirado.

Após o procedimento, o paciente deverá permanecer hospitalizado por um período de 10 dias sendo os 2 primeiros na UTI. Há casos em que, mesmo sem ocorrer a rejeição ao pâncreas transplantado, ocorrem complicações, como hemorragia e infecção.

A recuperação consiste na realização frequente de exames de sangue e clínicos (semanalmente, a princípio). É também sempre indicado o uso de um medicamento imunossupressor para que o corpo não rejeite o órgão implantado.

Quando o paciente se queixa de enjoo e dores no pós-operatório, é orientado o uso de medicamentos antieméticos e analgésicos. Outros medicamentos sintomáticos podem ser prescritos para que a recuperação seja a mais confortável possível. 

Em até dois meses, o paciente poderá voltar a desfrutar de sua vida normal. Porém, deve-se manter hábitos muito mais saudáveis e uma alimentação equilibrada.

Quer saber mais?  Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Cirrose biliar primária: diagnóstico e tratamento

Cirrose biliar primária: diagnóstico e tratamento

A cirrose biliar primária é uma doença causada pelo acumulo anormal de bile no fígado. Ainda não existe uma conclusão sobre as causas dessa patologia. Acredita-se que seja desencadeada por disfunções do sistema imunológico, com a produção de anticorpos que destroem os dutos do sistema biliar intra-hepático. Por essa razão, é considerada uma doença autoimune.

Esse processo gera inflamação grave, fibrose e, por fim, a cirrose biliar primária.  Outras causas dessa patologia não estão descartadas, tais como herança genética, infecções bacterianas, substâncias tóxicas ao fígado, tabagismo, dentre outras.

A cirrose biliar primária é uma doença incomum. No Brasil, menos de 5% dos casos de transplante de fígado estão relacionados a essa enfermidade. As mulheres são mais propensas a desenvolvê-la, principalmente na faixa etária dos 40 a 60 anos de idade. Estatísticas médicas mostram que 95% dos diagnósticos da enfermidade são de pacientes do sexo feminino. Quando a doença é diagnosticada no estágio inicial, crescem as chances de um tratamento bem-sucedido.

Sintomas e diagnóstico da cirrose biliar primária

No estágio inicial, a doença não produz sintomas. Por essa razão, o diagnóstico, na maioria dos casos, é tardio, ou seja, quando a patologia já está avançada. À medida que avança, ela pode causar coceira no corpo, devido à ação de enzimas do fígado, ou devido ao aumento do órgão.

O prurido seja uma reação da pele ao excesso de bilirrubina, substância existente na bile. Outro sintoma  frequente é a fadiga, que atinge mais de 75% dos pacientes.

Além de realizar o exame clínico e a avaliação do histórico familiar e de comorbidades (outras doenças autoimunes, como hepatite auto-imune, artrite reumatoide, esclerodermia, tireoidite autoimune, síndrome de Sjogren, dentre outras), o médico solicitará exames laboratoriais para medir as taxas de enzimas hepáticas (gama-glutamil transferase e fosfatase alcalina), imunoglobulinas e gamaglobulinas.

O médico também poderá analisar as alterações da coagulação sanguínea, absorção de vitaminas, concentração de gordura no sangue, doenças ósseas decorrentes da carência de vitamina D e cálcio. Como a evolução da doença é lenta, é importante incluir no check-up médico anual, o diagnóstico das funções do fígado.

Tratamento da cirrose biliar primária

O plano de tratamento da cirrose biliar primária é definido com base nos sintomas, no estágio da doença e em outros problemas de saúde. Em geral, os sintomas (coceira e fadiga) são tratados com medicamentos específicos. Contudo, quando a doença está avançada, a melhor solução é o transplante de fígado. 

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais sobre o meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro.

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos
Cisto no pâncreas pode evoluir para um câncer?

Cisto no pâncreas pode evoluir para um câncer?

O cisto no pâncreas é, pelo menos em tese, um episódio raro. Em tese, porque se trata de uma condição assintomática e na maioria das vezes inócua para o paciente.

Não obstante, com a evolução dos exames de imagem, o diagnóstico do cisto se tornou mais comum, normalmente associado à pesquisa de outras enfermidades. Outro fator a que se atribui o aumento de diagnósticos é o crescimento da população com idade mais avançada.

O pâncreas e o cisto no pâncreas

O pâncreas é um órgão localizado na parte superior ao abdômen, que tem importante função no metabolismo digestivo.

É o pâncreas que produz a insulina, hormônio responsável pelo metabolismo da glicose, o que garante a manutenção dos níveis corretos do açúcar no sangue.

O pâncreas produz uma série de enzimas, cuja função é processar carboidratos, lipídios e proteínas.

Não há uma identificação satisfatória de como e por que se formam os cistos pancreáticos. 

O cisto pode evoluir para um câncer?

Em cerca de 80% dos casos identificados, os cistos são totalmente inofensivos. São raras as situações em que os cistos se tornam tumores.

O grande desafio com relação a esse tipo de episódio é que os cistos são assintomáticos. Ao mesmo tempo, sabe-se que podem evoluir para uma condição grave. Alguns benignos possuem características que os tornam suscetíveis a se transformar em malignos. Isso ocorre principalmente com os cistoadenomas mucinosos e os tumores intraductais mucinosos papilares.

Trata-se, portanto, de condição que não causa sintomas. Logo, o diagnóstico de um eventual tumor maligno tende a ser tardio, quando aparecem alguns incômodos, como dor abdominal, náuseas, barriga inchada, vômitos, icterícia, febre e desidratação.

Os cistos são frequentemente diagnosticados durante exames de imagem. Cerca de 80% deles não representam, a princípio, qualquer perigo que justifique uma cirurgia delicada.

O procedimento natural no caso de cistos benignos no pâncreas é acompanhar a evolução deles, mas antes é preciso identificar qual o risco envolvido, o que inclui a realização de exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia endoscópica. Em alguns casos é necessário avaliar a composição do liquido contido no cisto do pâncreas.

A periodicidade adequada para o acompanhamento de cistos benignos é anual. Cabe ao paciente manter esse controle, mesmo que se tenha em conta que há um número pequeno de casos em que ocorre a evolução para o câncer de pâncreas.

Caso o tumor seja maligno, o tratamento mais comum é a cirurgia. Além disso, as lesões com alto risco de se transformarem em câncer também possuem indicação de cirurgia.

Nesse caso, é preciso que haja uma análise do histórico do paciente, junto a uma avaliação da expectativa do mesmo com o tratamento, uma vez que pode haver complicações decorrentes da cirurgia.

Em resumo, a resposta é que sim, um cisto no pâncreas pode evoluir para um câncer, mas é uma possibilidade remota, que não exclui a necessidade de monitoramento médico.

Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!

Posted by Dr. Douglas Bastos in Todos