O sistema digestivo conta com inúmeros órgãos que têm propriedades específicas, como o estômago e o intestino. Menos conhecida, a vesícula biliar está localizada na parte superior direita do abdômen, logo abaixo do fígado.
O formato dela é de uma pequena bolsa que mede de 7 a 10 centímetros em um adulto, possui coloração verde-escura e se assemelha a uma pêra. Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre a função e as características desse importante órgão do sistema digestivo.
Qual é a função?
A vesícula biliar é o órgão que armazena a bile, substância produzida pelo fígado. A bile é um fluido que contribui para a digestão, principalmente na quebra e absorção da gordura.
Contudo, esse órgão não é responsável por acumular toda a bile – apenas parte dela. A liberação desse fluido, pela vesícula biliar, ocorre pouco depois de ingerirmos os alimentos. Dessa forma, a vesícula, responsável por armazenar a bile, contribui com o fígado no sentido de possibilitar a absorção dos alimentos de forma mais rápida e menos danosa à saúde.
Retirada da vesícula biliar
Uma dúvida muito comum é se a retirada cirúrgica da vesícula pode afetar a pessoa. O primeiro ponto a ser levantado é que isso não elimina a produção de bile – pois ela é feita pelo fígado. Contudo, algumas restrições devem ser adotadas.
Como a principal função dessa vesícula é a absorção de gorduras, alimentos com alto teor de lipídios (como frituras) devem ser evitados durante um período de readaptação do organismo. Normalmente isso é necessário apenas nos primeiros 30 dias após a cirurgia.
Problemas relacionados à vesícula biliar
O que é muito comum quando falamos desse órgão são os cálculos que se acumulam na região. Popularmente são conhecidos como “pedras na vesícula”. Devido à um desequilíbrio na concentração da bile, começa haver a formação de cristais. Com o tempo esses cristais se transformam nesses tipos de “pedra” na região.
Em casos mais graves, há o entupimento do canal principal da bile, causando doenças que precisam ser urgentemente tratadas, como a pancreatite (inflamação do pâncreas); colangite (infecção da via biliar) e a colecistite (inflamação da própria vesícula). Esses quadros clínicos são, na verdade, complicações da pedra na vesícula.
Tomar os cuidados necessários e entender a função desse órgão permite melhor qualidade de vida às pessoas. Caso seja necessária a intervenção cirúrgica para retirar a vesícula biliar, não se preocupe: é possível viver bem, mas os hábitos alimentares precisam ser mudados temporariamente. Ah, e a cirurgia da vesícula é minimamente invasiva, não maioria dos casos o paciente recebe alta no dia seguinte à cirurgia.
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