Um dos maiores órgãos do corpo humano, o fígado está relacionado a funções específicas muito importantes para o organismo. Anexo do sistema digestivo, está localizado na parte superior da região abdominal, à direita. Dentre as várias atividades que realiza, a mais conhecida é a produção e a secreção de bile.
Caso ocorra alguma doença crônica que evolua com perda da função do órgão a única solução é o transplante do fígado. Como este órgão regenera, pode ser feito um transplante de um doador morto ou de um doador vivo. O processo de recuperação é sempre delicado e requer dedicação do paciente e constante avaliação médica.
Doenças que causam um transplante do fígado
O fígado tem como função mais conhecida a produção da bile, uma substância armazenada na vesícula biliar, que age ajudando a digestão de gorduras.
O órgão armazena vitaminas e minerais, metaboliza os lipídios e as proteínas, armazena e libera glicose, sintetiza as proteínas do plasma e destrói células sanguíneas velhas ou danificadas entre outras funções.
Quando o fígado fica doente, todas essas funções podem ser prejudicadas, assim como os outros órgãos e componentes com que ele atua. Algumas situações levam o fígado a ter microlesões que se regeneram, porém o tecido fica mais fibroso e pode evoluir para cirrose com o tempo.
Os primeiros sintomas de um problema hepático são fadiga, icterícia, dor abdominal, aumento do abdome, náuseas e vômitos, que podem vir acompanhados de outras sensações.
A cirrose é a doença grave mais comum, que não tem cura e acontece como consequência de outras doenças hepáticas, como hepatite, doenças autoimunes e alcoolismo.
A doença pode ser tratada na fase inicial, para que retarde ou impeça a evolução. Mas, quando a doença já está em fase avançada, a única solução é o transplante de fígado.
O procedimento também é indicado em alguns casos de câncer de fígado e doenças hereditárias.
O transplante do fígado e a recuperação
Um transplante bem-sucedido pode levar o paciente a ter uma vida normal e retornar aos hábitos cotidianos.
A realização do procedimento requer a presença de uma equipe multidisciplinar. Em geral é composta por cirurgião do aparelho digestivo, hepatologista, nutricionista, enfermeira, fisioterapeuta e psicóloga. O transplante hepatico só pode ser feito se o paciente estiver em condições adequadas.
Após a cirurgia, é preciso se manter internado no hospital entre 1 e 3 semanas. Nesse período o paciente é avaliado rigorosamente. O objetivo é identificar precocemente alguma complicação ou rejeição. Também é quando se observa se o órgão está evoluindo adequadamente. É necessário continuar com o uso de medicamentos, para evitar a rejeição do fígado.
Há riscos de infecções também, e cuidados especiais são tomados nas primeiras semanas. O alimento inicial de um transplantado é líquido. A consistência vai avançando de acordo com a evolução do quadro. Alimentos naturais e bem cozidos são os escolhidos.
Um dos riscos que o fígado transplantado pode ter é o retorno da doença que o acometeu, como o caso de hepatite C. Há ainda o risco de obstruções dos vasos sanguíneos e lesões nos dutos biliares.
Após a alta hospitalar, o paciente mantém um acompanhamento médico periódico. Cuidados especiais são adotados no contato com pessoas com doenças e ambientes sem higienização.
Com o tempo o paciente que passou pelo transplante do fígado pode retornar ao dia a dia familiar e de trabalho.
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