Possui dúvidas quanto ao transplante de fígado? O fígado é um importante órgão do sistema digestivo e é também a maior glândula do corpo humano. Com aproximadamente 1,5 kg em adultos, é responsável por mais de 200 funções metabólicas.
Assim como outras partes do corpo, o fígado pode adoecer, existindo doenças hepáticas agudas e crônicas. E ambas merecem atenção! As principais enfermidades hepáticas incluem lesões causadas por medicamentos ou pelo consumo abusivo de álcool, além de infecções por vírus da hepatite A, B ou C, esquistossomose, esteatose hepática não alcoólica, entre outras condições.
Determinadas doenças do fígado podem resultar em insuficiência hepática e acabar desencadeando o falecimento do órgão. Mas não é o fim, embora o fígado seja um órgão vital. Nesse caso, a solução está no transplante. Continue lendo o artigo e descubra tudo que você precisa saber acerca do assunto.
Quais são os tipos de transplante de fígado?
Há dois tipos de transplante de fígado: por meio de doador vivo ou de doador morto. No caso do doador vivo, o procedimento se baseia em retirar porção do órgão saudável para transplantar no paciente receptor com doença hepática terminal. Em caso de doador cadáver, é preciso utilizar técnicas variadas para preservar a veia cava do morto.
Qual deve ser o perfil do doador?
O doador vivo ideal deve ser um adulto sadio, sem alterações anatômicas no órgão. Já no doador cadáver, é importante que a pessoa, antes de sua morte, fosse jovem, saudável e tenha sido atendida imediatamente depois do evento que a vitimou e tirou sua vida. Não pode, de maneira alguma, haver deterioração dos órgãos vitais.
O fígado tem a capacidade de se regenerar?
Sim. O fígado é o único órgão que tem a capacidade de reconstituir até 75% dos seus tecidos. Quando se retira parte do órgão de um doador vivo e se transfere ao receptor, em ambos os pacientes, o órgão se regenera.
O transplante de fígado é livre de complicações?
Apesar da alta capacidade de regeneração, quando um pedaço do fígado é removido, nem sempre os vasos sanguíneos se recuperam por completo e a circulação pode ficar comprometida. Além disso, os tecidos regenerados tendem a ser mais rígidos e fibrosos do que os originais, o que aumenta o risco de cirrose para o doador. Cumpre destacar que outras complicações possíveis são a estenose de vias biliares, hérnias, sangramentos e obstruções.
O transplante intervivos é seguro?
Como em qualquer procedimento cirúrgico, os riscos existem, porém, no caso do transplante de fígado, geralmente os benefícios acabam compensando eventuais problemas. As técnicas utilizadas são modernas, e a segurança do procedimento aumenta significativamente quando conduzido por profissionais qualificados, em ambiente hospitalar bem equipado e que respeita as normas de biossegurança. Segundo estudos recentes, o risco de vida para o doador é de apenas 1%, índice considerado muito baixo.
A cirurgia é simples?
Tanto o transplante intervivos como o transplante com doador cadáver, são cirurgias complexas e demoradas. Os procedimentos com doador morto costumam durar entre seis e oito horas, podendo se estender. Já o transplante com doador vivo pode levar de 10 a 12 horas, também podendo ultrapassar esse tempo. Trata-se de uma operação delicada e minuciosa, que envolve muitos detalhes e demanda cuidado extremo, afinal, os dutos biliares e vasos sanguíneos são bastante finos.
Como o transplante é feito?
Quando o doador é cadáver, depois da certificação de que o órgão doador está em boas condições, ele é retirado integralmente do corpo, conservado nas condições ideais e transportado para o centro cirúrgico. No transplante entre duas pessoas vivas, apenas parte do órgão é retirada para ser transplantada. O procedimento é invasivo, multidisciplinar e de alta complexidade, feito com a utilização de técnicas variadas.
Como é o pós-operatório?
O risco de rejeição é pequeno e normalmente a recuperação de doador e receptor evolui muito bem. Após o transplante, o paciente transplantado deve continuar o tratamento da doença que ocasionou a lesão no fígado. Para evitar eventuais infecções, pode ser indicado o uso de máscaras de proteção no início do pós-cirúrgico. As visitas devem ser restritas e o contato com animais e pessoas com doenças contagiosas deve ser evitado. A casa deve ser conservada limpa e arejada. Além disso, é importante adotar os cuidados alimentares recomendados pelo médico. A prática moderada de atividades físicas, o uso de medicação imunossupressora e o acompanhamento clínico depois da cirurgia são indispensáveis.
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