Quando falamos em varizes, a primeira imagem que vem a nossa mente são aquelas veias protuberantes e deformadas que aparecem principalmente nas pernas e nos pés. Mas, você sabia que varizes podem aparecer em outras partes do corpo, até mesmo nos órgãos internos? Esse é o caso das Varizes esofágicas .
Neste artigo, trazemos mais informações sobre elas: o que são, quais as formas de evitá-las e quais os possíveis tratamentos.
Causas das varizes de esôfago
Antes de tudo, é importante salientar que as varizes esofágicas aparecem como sintoma de problemas nem sempre correlacionados ao esôfago ou ao estômago. É mais comum que elas aconteçam como resultado de quadros evolutivos críticos de cirrose hepática.
A cirrose é uma doença que causa a inflamação do fígado, fazendo com que, ao cicatrizar, seus tecidos se tornem fibrosos e rígidos. Dessa forma, para que o sangue circule pelo órgão, há um aumento da pressão na veia principal que o irriga, a veia porta.
Esse aumento de pressão altera todo o sistema circulatório na região abdominal, em um quadro chamado de hipertensão portal. É, portanto, diante desse quadro que as varizes esofágicas se formam.
Possíveis complicações das varizes esofágicas
É preciso haver um quadro avançado de cirrose para que as varizes do esôfago apareçam. Elas demandam acompanhamento médico imediato, a partir do seu diagnóstico, pois essas veias dilatadas correm o risco de romper-se, causando hemorragia.
Segundo o Grupo de Estudos sobre Doenças Hepáticas no Brasil (Hepcentro), um cirrótico tem de 20 a 50% de risco de óbito em caso do rompimento de uma dessas veias. Posteriormente, esse perigo aumenta em mais 30%, no decorrer dos seis primeiros meses após o primeiro sangramento.
Como a cirrose é uma doença silenciosa, ou seja, nem sempre apresenta sintomas logo que acomete o indivíduo, estima-se que 30% dos pacientes diagnosticados com a enfermidade já possuam varizes esofágicas. Esse número alcança 60% dos pacientes que apresentam ascite (um inchaço no abdome também causado por complicações da cirrose).
Diagnosticando as varizes no esôfago
Antes de tudo, é preciso identificar se as varizes estão relacionadas à cirrose e à hipertensão portal. Além disso, é preciso mensurar o avanço de cada uma dessas condições, para acompanhamento médico adequado. Para tanto, as opções de exame incluem biópsia hepática, exames de imagem, bem como a medição e controle da pressão sanguínea na veia porta.
No entanto, o melhor diagnóstico é feito por endoscopia digestiva, que mostra não só a presença de varizes no esôfago, como também permite perceber a ocorrência de sinais vermelhos na região. Esses sinais demonstram maior risco de rompimento, significando que o paciente necessita de maiores cuidados médicos.
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