A pancreatite crônica é uma inflamação grave e de longa duração no pâncreas. No Brasil, são registrados cerca de 15,9 casos da doença a cada 100 mil habitantes todos os anos. Pessoas do sexo masculino são mais propensas a desenvolver essa inflamação.
O pâncreas está localizado atrás do estômago e faz parte tanto do sistema digestivo, secretando suco pancreático, quanto do endócrino, produzindo insulina e glucagon.
Causas
A causa mais comum é o excesso de bebida alcoólica, principalmente, quando relacionado ao alcoolismo. Doenças autoimunes e genéticas, como a fibrose cística, também podem causar a enfermidade em alguns pacientes.
O álcool e algumas dessas doenças acabam provocando obstruções ou alterações nos canais de condução do pâncreas, impedindo a liberação dos sucos pancreáticos para o duodeno, parte inicial do intestino. Essas substâncias então se acumulam no órgão e passam a danificar o seu funcionamento.
O problema pode formar um tecido cicatricial, resultado do endurecimento dos tecidos do pâncreas, e fazer o órgão parar de produzir a quantidade normal de enzimas digestivas. Com isso, é provável que a pessoa tenha problemas para digerir gorduras.
Aos poucos, as células que produzem o suco pancreático vão sendo destruídas e, por isso, há a perda de funcionalidade do órgão.
Sintomas da pancreatite crônica
As três principais manifestações da pancreatite crônica são dor, diarreia e diabetes. A dor acontece nos momentos de crise. Ela é frequente na parte superior do abdômen e irradia para as costas
Por causa da inflamação, o órgão atrofia e perde as funções exócrina e endócrina, diminuindo assim, a produção da enzima responsável pela digestão de gorduras. O resultado dessa deficiência é a diarreia de intensidade variável.
Na fase mais avançada da doença, o pâncreas deixa de produzir insulina, causando diabetes.
Outros sintomas incluem: barriga inchada e dolorida; náuseas e vômitos; febre baixa até 38º; e perda de peso sem causa aparente.
Tratamentos
A doença não tem cura, porém pode ser controlada com alterações no estilo de vida, adoção de uma alimentação equilibrada e uso de alguns remédios para aliviar os sintomas.
Geralmente, a primeira medida tomada após o diagnóstico é a hospitalização para controlar a inflamação. Em seguida, é preciso iniciar um jejum para recuperação e estabilização do órgão.
Bebidas alcoólicas e cigarro devem ser evitados. Além disso, também devem ser retirados da alimentação alimentos gordurosos, como frituras, bolos e salgadinhos, por exemplo.
Medicamentos para facilitar a digestão, como uso de enzimas digestivas, contribuem para a melhora das alterações digestivas e nutricionais. Normalmente, é feito com o uso de remédios anti-inflamatórios e analgésicos, como Acetaminofen ou Tramadol, para reduzir a inflamação e a dor.
Em alguns casos, procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos para alívio da dor, dependendo da causa e intensidade, também são indicados para o tratamento de pancreatite crônica.
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