Também conhecido como adenoma hepático, o adenoma hepatocelular é um tipo raro de tumor benigno do fígado. Muitas vezes é confundido com câncer, porém não se trata da mesma doença.
A incidência anual é estimada em um caso por milhão, sendo mais comum aparecer em mulheres entre os 20 e 50 anos, após uma gravidez ou devido ao uso prolongado de anticoncepcional oral. Isso se explica pela origem desse problema estar ligado a níveis alterados de hormônios.
Os tumores apresentam, em média, de 5 a 15 cm. Aproximadamente 80% são solitários e de 12 a 30% múltiplos. Quando há presença de mais de 10 tumores benignos no fígado a doença é chamada de adenomatose.
Causas
A causa está relacionada à ingestão de hormônios, principalmente anticoncepcionais hormonais. A incidência do adenoma hepático pode ser decorrente também de:
- Uso de anabolizantes;
- Doença do acúmulo de glicogênio;
- Diabetes mellitus;
- Gestação;
- Mutação genética.
Sintomas do adenoma hepatocelular
Geralmente assintomático, esse tipo de tumor benigno é descoberto acidentalmente durante a realização de exames de rotina ou em intervenções cirúrgicas de outros problemas.
No entanto, algumas pessoas podem sentir a presença de uma dor leve e constante na região superior direita do abdômen. Eventualmente, pode haver sangramento ou uma massa no abdômen.
Existe o risco de o tumor se romper devido ao aumento excessivo de tamanho ou trauma direto no fígado, por exemplo, o que pode levar a hemorragias maciças. Outra possibilidade é de desenvolvimento de câncer, uma complicação ainda mais rara, mas que pode acontecer quando ele continua crescendo, podendo sofrer uma mutação para um câncer. Por isso, a maioria dos especialistas recomenda a remoção do cisto.
Tratamento
Como ele é quase sempre benigno, a principal forma de tratamento consiste em fazer vigilância constante do tamanho do tumor por meio de exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassonografia.
Caso o adenoma surja em mulheres que estão em uso contínuo de anticoncepcional, o médico pode aconselhar interromper o uso e optar por outro método contraceptivo, já que a pílula utilizada pode estar contribuindo para o desenvolvimento do tumor. Com a troca de medicação ou interrupção do uso, há a possibilidade de regressão espontânea de lesões pequenas.
Se ele crescer ao longo do tempo ou se tiver com mais de 5 cm, existe um maior risco de romper ou desenvolver câncer, chamado de carcinoma hepatocelular. Por estes motivos, é comum que o médico recomende fazer uma cirurgia para remover a lesão e evitar que possam surgir complicações.
Nesse caso, é indicada a cirurgia de ressecção para o adenoma hepatocelular, que pode ser feita por via aberta ou via laparoscópica, modo menos invasivo. O transplante de fígado pode ser uma opção em casos de tumores irressecáveis e em doentes com múltiplos adenomas.
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