A retocolite ulcerativa idiopática (RCIU) é uma doença de caráter inflamatório que afeta o intestino. Apesar de não haver uma cura definitiva, fora o caso em que o intestino grosso é retirado, existem tratamentos muito eficazes para essa condição.
Quando se manifesta, os sintomas costumam ser muito semelhantes aos percebidos em outros tipos de doenças intestinais. Embora a Medicina ainda não tenha conseguido identificar a sua real causa, sabe-se atualmente que fatores autoimunes e genéticos podem ter relação com o seu aparecimento.
A inflamação causada por essa doença é crônica e superficial, acometendo normalmente a camada mucosa do cólon. É importante chamar a atenção para as situações em que o problema passa a afetar algumas secções próximas dessa região.
Outra observação interessante é que a retocolite quase nunca afeta o intestino delgado e nem a espessura completa da parede intestinal, ao contrário do que é verificado nas ocorrências da doença de Crohn.
A retocolite ulcerativa idiopática costuma surgir entre os 15 e 30 anos, sendo muitos poucos os casos acima dos 50 anos.
Tratamento cirúrgico da retocolite ulcerativa idiopática
A realização de uma cirurgia pode eliminar por completo a retocolite ulcerativa. Geralmente, é feita a remoção do reto e do cólon, levando o intestino delgado para a parede abdominal, na região onde será acoplada uma bolsa de ileostomia.
Também existe um procedimento chamado de anastomose ileoanal com bolsa ileal. Nesse caso, não há a necessidade de usar um saco para o recolhimento das fezes. O cirurgião promove a construção da bolsa a partir do fim do íleo (intestino delgado). Com isso, a bolsa é integrada ao ânus do paciente, permitindo assim que ele possa evacuar.
Nesse último caso, em termos estéticos é mais vantajoso. Porém, há a possibilidade de que inflamações futuras no intestino delgado possam ocorrer, o que pode fazer com que a pessoa tenha um número relativamente grande de evacuações líquidas.
Sobre terapias alternativas
É comum que pacientes portadores de RCIU ou outros tipos de distúrbios do sistema digestivo façam uso de terapias alternativas e complementares. Em vários casos, elas se mostram funcionais, porém, é preciso ter muito cuidado, pois não podem ser usadas em substituição ao tratamento convencional.
A principal finalidade dessas terapias é auxiliar na redução dos sintomas, controlar a inflamação e ajudar na reposição de nutrientes e líquidos. Normalmente, os tratamentos são farmacológicos e adaptados de acordo com a gravidade da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico dessa doença envolve a avaliação médica, exame endoscópico e exame de fezes. Outro exame usado com frequência é a colonoscopia, por meio do qual é possível ver todo o intestino grosso, incluindo sua junção com intestino delgado.
Exames adicionais de sangue também podem ser usados com a finalidade de detectar distúrbios que possam estar relacionados:
- deficiência dos níveis de ferro;
- carência de albumina
- anemia.
A retocolite ulcerativa idiopática pode progredir para quadros muitos graves apresentando sangramentos difíceis de serem controlados. Essas situações são mais raras e exigem internação hospitalar. No mais, é fundamental que a pessoa procure ajuda médica o quanto antes, pois quanto mais cedo, mais eficaz será o tratamento clínico e/ou recuperação cirúrgica.
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cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!