Cólica biliar é uma dor decorrente da contração da vesícula e está relacionada à formação de cálculos. Normalmente ela surge após as alimentações ricas em gordura e tendem a melhorar com medicação ou até mesmo sozinhas. Entretanto, algumas vezes essa dor pode persistir, mesmo após uso de remédios fortes para dor. Nesta situação podemos estar diante de um quadro de colecistite!
Trata-se de uma manifestação bastante aguda, que surge de modo abrupto, muitas vezes durante a noite. Muitas vezes temos a impressão de ter-se iniciado na região do estômago.
A dor da inflamação da vesícula costuma se estender à região logo abaixo das costelas, do lado direito, podendo irradiar para o lado oposto e para as costas, causando grande sofrimento. Pode vir acompanhada de outros sintomas, como aumento dos gases intestinais, dores de cabeça, enjoo, vômito, suor, palidez e, às vezes, icterícia.
Os sintomas da colecistite aguda podem ser dramáticos e levam o paciente à internação hospitalar de urgência. O diagnóstico está intimamente ligado à presença da cólica biliar. Isso porque muitos pacientes já tinham cólica biliar ou iniciam o quadro de colecistite com esse sintoma. Para esses últimos, a existência dos cálculos na vesícula é uma condição que, ate então, permanecia assintomático.
Colecistite
Como foi dito, a cólica é decorrente da contração da vesícula que tenta esvaziar a bile mas encontra a resistência dos cálculos biliares. Portanto, esse processo é decorrente do bloqueio do fluxo biliar dentro da vesícula. A bile é uma substância produzida pelo fígado. Trata-se de um líquido amarelado, que tem na composição cerca de 90% de água, colesterol, lecitina e ácidos biliares.
O fluxo dessa substância, que tem como finalidade auxiliar na digestão das gorduras consumidas e metabolizar alguns nutrientes, é feito através dos ductos biliares. Através dos ductos biliares a bile chegará até o intestino, ajudando na digestão dos alimentos.
Parte da bile é armazenada na vesícula biliar, que o excreta em direção ao intestino após as refeições. Ocorre que a bile pode sofrer transformações, originando a formação de microcristais e, consequentemente, os cálculos biliares.
É muito comum que, quando o processo digestivo estimula a vesícula a secretar a bile, esses cálculos sejam eliminados. Em outros casos, no entanto, essa pedra continua retida, havendo o risco de suprimir o fluxo dos fluidos em direção ao duodeno. No primeiro caso há um risco aumentado de pancreatite. No segundo, o risco é maior para colecistite aguda ou cólica biliar de grande intensidade.
A colecistite pode acontecer também sem que haja ocorrência de cálculos. Essa condição ainda precisa ser melhor compreendida pela medicina, mas que tem a origem ligada a problemas graves como internação longa no CTI, desnutrição, danos causados por cirurgia de grande porte e queimaduras extensas.
Prevenção e tratamento da cólica biliar
A prevenção consiste em 2 práticas que se aplicam a quase todas as doenças. Logo, ao adotá-las, você estará fazendo uma ação preventiva contra diversas outras doenças.
Trata-se da combinação de exercícios físicos com alimentação correta. Os exercícios físicos evitam o aumento dos níveis de colesterol. A alimentação com poucas gorduras animais e frituras também contribui para a redução do índice de gordura corporal. Ao mesmo tempo, a dieta deve ser rica em nutrientes.
Quando aparecem os sintomas do cálculo na vesícula, como a cólica biliar, isso significa que o fluxo de bile está bloqueado, e há pouco a fazer exceto a cirurgia, chamada colecistectomia, que consiste na remoção da vesícula biliar.
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