Carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma é o câncer primário que se desenvolve a partir da mutação genética de células do fígado. O hepatocarcinoma é bastante agressivo, apresentando elevada taxa de mortalidade. Por isso, é importante evitar o surgimento da doença, reduzindo os fatores de risco, entre os quais estão a cirrose hepática e as hepatites B e C.
Causas do carcinoma hepatocelular
O hepatocarcinoma resulta da mutação genética dos hepatócitos, células do fígado. O tumor pode se desenvolver devido à ação do vírus da hepatite B, que ataca as células do fígado, ou ser uma consequência de erros no processo de multiplicação celular, o qual é uma reação do fígado contra os danos causados por hepatites.
Quando surgem os sintomas característicos do carcinoma hepatocelular, o tempo de vida do paciente é curto, pois os tratamentos existentes não apresentam resultados satisfatórios. Por esta razão, a melhor estratégia contra o hepatocarcinoma é a prevenção dos fatores de risco.
A massificação da vacina contra a hepatite B, na maior parte das nações que apresentavam índices elevados de câncer de fígado, surtiu efeito positivo: a quantidade de casos da doença, relacionada à hepatite B, está diminuindo. No entanto, a cirrose hepática em decorrência de outras agressões como a hepatite C e a esteato-hepatite não alcoólica ainda se mantêm em níveis elevados.
Sintomas do carcinoma hepatocelular
No estágio inicial, os sintomas não são específicos, o que acaba retardando o diagnóstico. Quando surgem os sinais mais evidentes, a doença já está em estágio avançado. Nesta fase, os sintomas do carcinoma hepatocelular são:
• Ascite (barriga d´água);
• Peritonite (infecção do peritônio);
• Icterícia (pele e olhos amarelados);
• Tumor palpável na região abdominal;
• Encefalopatia hepática;
• Hemorragia digestiva;
• Perda do apetite.
Diagnóstico do carcinoma hepatocelular
O diagnóstico do carcinoma hepatocelular é realizado através de exames de sangue, que avaliam as funções hepáticas e marcadores tumorais; exames de imagem como a tomografia computadorizada e ressonância magnética, os quais são mais eficazes na detecção de lesões e diferenciação entre tumores benignos e malignos.
A ultrassonografia é outro recurso que pode ser usado no rastreamento de um nódulo no paciente com cirrose, porém a eficácia dessa análise depende da qualificação e experiência do médico para identificar tumores no fígado.
Tratamento do carcinoma hepatocelular
O transplante de fígado é a solução mais eficaz para o paciente acometido pelo hepatocarcinoma. Quando isso não é possível, a alternativa é a realização da hepatectomia, procedimento cirúrgico para remover a parte do fígado onde o tumor está localizado, desde que o paciente reúna condições clínicas para este tratamento.
Existem outras opções não cirúrgicas, embora não tenham a mesma eficácia do transplante ou da hepatectomia. É o caso do tratamento percutâneo, que compreende a aplicação de uma injeção de etanol, diretamente no tumor. Nesse procedimento, o ultrassom guia a introdução da agulha até o ponto central do hepatocarcinoma. Outra abordagem é através da quimioembolização, que é a aplicação de medicamentos quimioterápicos e o bloqueio de ramos arteriais que levam sangue ao tumor. Há ainda a radiofrequência, aplicada no centro do tumor.
Essas opções podem ser usadas como parte da estratégia de tratamento através do transplante hepático ou da hepatectomia. Outras vezes, são opções disponíveis quando o paciente não pode ou, por razões pessoais, não deseja fazer a cirurgia.
Para reduzir os riscos do carcinoma hepatocelular, é importante prevenir as hepatites, através da vacinação e sexo seguro, buscar tratamento para o alcoolismo e obesidade e fazer os exames médicos de rotina, pelo menos uma vez ao ano.
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