Quando falamos do sistema digestivo, o fígado pode ser considerado um dos órgãos mais importantes, uma vez que sua principal função é basicamente metabolizar e armazenar os nutrientes para que o corpo possa absorvê-los. No entanto, assim como qualquer outro órgão, está sujeito ao surgimento de diversas condições. Dentre elas, aqui vamos abordar uma específica: o adenoma hepático. No que exatamente essa condição consiste? Acompanhe esse texto para entender mais sobre este problema.
O que é o adenoma hepático?
O adenoma hepático é um tipo de tumor benigno que pode surgir no fígado. De maneira geral, ele é dividido em dois principais subtipos: o que surge no canal biliar e o que surge nas células hepáticas. No primeiro caso, trata-se de tumores que não possuem interesse clínico, pois não apresentam risco para o paciente. Já no segundo caso, o acompanhamento médico é fundamental.
Isso porque possuem tamanho e número variáveis, podendo atingir até 15 cm de diâmetro e ser apenas um – cerca de 70% a 80% dos casos – ou múltiplos tumores. Vale ressaltar que não se deve confundir o adenoma hepático com câncer, uma vez que são tumores benignos. No entanto, em alguns casos eles devem ser tratados, uma vez que podem causar hemorragia e se transformarem em tumores malignos dependendo do tamanho do adenoma e se ele ocorre em homens ou mulheres.
Em qual subgrupo há maior predominância?
A maioria dos casos, mais especificamente 90% deles, é manifestada em mulheres com idade entre 30 a 50 anos. Isso porque uma das principais causas das lesões inclui o uso de contraceptivos orais. No entanto, existem outros fatores de risco, como a diabetes e uso de esteroides. É importante destacar que mulheres grávidas tendem a apresentar um agravamento dos sintomas da doença.
Como é feito o diagnóstico do adenoma hepático?
A primeira coisa a se ter em mente é que se trata de uma doença assintomática, fazendo com que as pessoas atingidas só procurem um médico quando sentem dores no lado direito do abdômen. Algumas vezes o adenoma hepático é descoberto em exames realizados de rotina, solicitados pelo médico do paciente com intuito de realizar um check-up ou investigando queixas em outro ponto do abdômen.
Para detectar um tumor, o método inicial é a ecografia, mas existem outras opções, a exemplo da ressonância magnética nuclear e da tomografia computadorizada que são realizadas durante a investigação diagnóstica. Outros exames mais simples, como o de sangue, podem ser realizados para detectar alterações nos níveis de colestase, transaminases e mesmo anemia, que podem ajudar indiretamente na avaliação e acompanhamento.
Tratamento
Existem diversas alternativas para a realização do tratamento, que dependem muito do estado do paciente. A maioria demandará apenas acompanhamento por um especialista mas, em casos específicos, pode ser necessário a retirada através de cirurgia do fígado. Dependendo do caso, pode ser feita uma cirurgia minimamente invasiva para a retirada do tumor. A embolização arterial pode ser uma solução temporária para evitar hemorragias em tumores grandes ou naqueles com sangramento ativo. Em caso de pacientes que apresentem diversos tumores de adenoma hepático ou que apresentem somente um tumor que não pode ser removido cirurgicamente, um transplante de fígado é a melhor alternativa.
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