O Acesso Venoso Central é um procedimento médico delicado recomendado para a medicação de remédios que não podem ser ingeridos ou inseridos convencionalmente na veia. Normalmente é indicado em cirurgias de grande porte ou naqueles pacientes mais graves, internados em unidades de terapia intensiva. Além da melhor administração de medicamentos, o acesso venoso central também permite uma melhor monitorização do paciente, o que permite melhor segurança e qualidade do tratamento.
O que é?
Para o tratamento de determinadas doenças, o corpo necessita de medicamentos que não conseguem ser administrados pela boca ou pela veia de modo convencional. Por isso, o indivíduo precisa ter esses fármacos inseridos em seu organismo diretamente nas veias centrais. Isso acontece por meio de cateteres de calibre grosso que vão introduzir o medicamento no pescoço, pouco acima do tórax pela veia jugular interna. Pode ainda ser pela veia femoral, agindo na virilha ou na veia subclávia, abaixo da clavícula. No caso de uma cirurgia de grande porte, essa introdução é realizada com o paciente já anestesiado.
Quando realizar?
Os médicos especialistas optam pelo Acesso Venoso Central se verificadas algumas dificuldades nos procedimentos convencionais, como a administração de remédios com soluções irritantes ou concentradas. Outro motivo frequente é a inacessibilidade de veias periféricas, comum em pacientes com doenças crônica. Em alguns casos, o acesso venoso central é requerido para Nutrição Parenteral, isso é, quando o indivíduo necessita receber a dieta direto na veia. Também é realizado para hemodiálise, quimioterapia, inclusão de marca-passo temporário e monitoramento hemodinâmico.
Riscos do Acesso Venoso Central
O método é aparentemente simples. Mas ele precisa ser realizado por médicos capacitados e experientes. Como todo procedimento, ele não é isento de riscos e complicações. Um dos principais riscos é a criação de coágulos, trazendo problemas de trombose à pessoa. A presença do cateter pode também ser sítio de infecções. As complicações variam de acordo com a região onde o acesso venoso central é aplicado. Um estudo de 2015 publicado pela revista New England Journal of Medicine indica que o cateter inserido pela veia subclávica apresenta menos riscos de infecção da corrente sanguínea e de eventos trombóticos.
Cuidados médicos
Esse processo deve ser realizado por médicos com vasta experiência. O conhecimento prático e teórico aqui é indispensável para o manuseio dos equipamentos utilizados no procedimento. É importante que não só o profissional médico seja cauteloso, mas toda a equipe de enfermagem, pois qualquer que seja o descuido, pode acarretar em consequências graves no paciente. Na realização do acesso venoso central, é preciso estar atento a possíveis infecções do cateter, tendo que ser trocado dependendo do estado clínico do paciente. Os curativos devem ser substituídos periodicamente. Para que se reduza a incidência de tromboses, inflamações, secreções ou febre será preciso uma estratégia multiprofissional de cuidados ao paciente.
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