A cirrose hepática é o resultado final de um conjunto de agressões ao fígado, as quais vão deixando o tecido totalmente fibroso, incapaz de realizar as funções habituais. Com os nódulos criados pela regeneração, há uma mudança no fluxo sanguíneo, e partes do fígado podem não receber oxigenação e nutrientes necessários aos tecidos.
Há certa confusão sobre a cirrose hepática e o câncer de fígado, já que muitas pessoas acreditam se tratar da mesma doença. Porém, o câncer é resultado da transformação de uma célula saudável em maligna, passando a se dividir de forma desordenada. A cirrose, como representa uma agressão e recuperação constante das células hepáticas, pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer. O câncer de fígado pode ser um hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular, um colangiocarcinoma, um angiossarcoma ou um hepatoblastoma.
Como acontece a cirrose hepática
Por muito tempo, a doença era vista como exclusiva de alcoólatras, já que o uso exagerado e contínuo do álcool aumenta a possibilidade de cirrose. O álcool vai causando pequenas lesões no fígado, que vão se transformando em fibroses até o desenvolvimento da cirrose.
Há fatores de risco significativos, que podem causar doenças que levam à cirrose. Além do alcoolismo, há:
- histórico familiar: doença de Wilson, hemocromatose, deficiência de alfa 1 antitripsina, fibrose cística e talassemia;
- obesidade e diabetes: esteatose hepática;
- medicações tóxicas: hepatopatias induzidas por drogas;
- exposições parenterais, transfusão sanguínea: hepatites B e C;
- histórico de icterícia: hepatite viral crônica;
- doenças autoimunes: hepatite autoimune e cirrose biliar primária;
- colite ulcerativa: colangite esclerosante primária;
O diagnóstico precoce das doenças relacionadas pode evitar o surgimento da cirrose. Essa não é uma doença contagiosa, embora algumas das causas, como a hepatite, são e devem ser cuidadas e precavidas. Os sintomas do quadro são a fadiga, emagrecimento, náuseas, icterícia, ascite, inchaço nas pernas e dor abdominal.
Quando a doença está estabelecida, os tratamentos servem apenas para amenizar os sintomas e evitar que ela possa se desenvolver ainda mais. Porém, a cura é feita somente com um transplante de fígado.
A relação do câncer de fígado com a cirrose hepática
A cirrose hepática é um dos principais fatores de risco para câncer de fígado. Algumas doenças representam risco de evoluir para cirrose, são elas: alcoolismo, hepatites B e C, doenças hepáticas metabólicas e autoimunes e doenças hepáticas gordurosas. Todo paciente com cirrose deve fazer uma avaliação periódica para saber se tem câncer ou nódulo no fígado.
O câncer de fígado pode ser primário ou secundário. O secundário surge pela metástase de câncer de outros órgãos. Já o primário se constitui de tumores que se iniciam no órgão e são muito difíceis de serem diagnosticados. Os sinais e sintomas nesses casos tendem a aparecer só em níveis avançados da doença.
Muitos sintomas que começam a surgir podem ser semelhantes à cirrose e levar a um diagnóstico equivocado, caso não sejam investigados adequadamente. Além de falta de apetite, cansaço e náuseas, o paciente pode apresentar o fígado e o baço aumentados.
Se o câncer de fígado (tumor primário) não tiver causado metástase, ele pode ser retirado por cirurgia e ter a quimioterapia como tratamento adicional, para evitar novos focos. Em alguns casos podem ser realizados tratamentos percutâneos, menos invasivos.
Caso não seja possível a retirada cirúrgica, podem ser realizados tratamentos percutâneos, menos invasivos. Há ainda casos onde é indicado apenas quimioterapia, dependendo das características de cada caso.
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