Em geral, o indivíduo comum toma consciência da vesícula biliar quando ele ou uma pessoa próxima sofre algum tipo de infecção e a retirada do órgão é necessária. Do contrário, poucas pessoas o conhecem e sabem de suas reais funções no aparelho digestivo.
O procedimento cirúrgico, razoavelmente comum, é chamado de colecistectomia e consiste na retirada total da vesícula biliar doente. É comum que se diga que a vesícula é um órgão desnecessário, mas não é bem assim. Esse pequeno órgão faz muita diferença e vamos falar um pouco mais sobre isso…
A importância da vesícula biliar no aparelho digestivo
Localizada no lado direito do estômago e embaixo do fígado, a vesícula tem um aspecto de pera, porém bem pequena. Ela atua como uma espécie de saco recipiente, onde é armazenada a bile produzida pelo fígado.
A bile serve como uma espécie de detergente interno do corpo, um emulsificante de gordura, que quebra as células gordurosas. Entre as funções da vesícula está a liberação da bile pelo para o intestino delgado após as refeições, auxiliando no processo de digestão dos alimentos. Um desequilíbrio na eliminação, metabolização ou absorção dos componentes que formam a bile, faz com que surjam os cálculos (ou pedras) na vesícula biliar.
A existência de cálculos na vesícula é chamado de litíase biliar, sendo essas pedras compostas por cálcio e colesterol. Entre as complicações da pedra na vesícula, a mais comum é a colecistite, uma inflamação que causa dores muito fortes e agudas.
Quando existem sintomas relacionados ao cálculo biliar, tal como dor tipo cólica na região abaixo da costela do lado direito, ou complicações como a colecistite aguda, é indicada a retirada da vesícula, para evitar que ela cause maiores problemas no aparelho digestivo. A operação de retirada da vesícula também é aconselhada para as situações em que há presença de pólipos ou nódulos na vesícula biliar, além de câncer na região.
É importante acrescentar que a alimentação é uma das principais responsáveis pela saúde da vesícula biliar. Ingerir comidas com alto teor de gordura pode ser determinante para o surgimento de problemas no funcionamento do órgão.
Procedimento cirúrgico para retirada e tratamentos
As pedras na vesícula são mais comuns em mulheres, principalmente as que estão acima do peso e com colesterol alto. Essas questões também afetam quem já possui algum tipo de problema gastrointestinal.
Quando a vesícula começa a ter problemas, ela não apresenta sintomas. Somente em crises é que a dor forte e contínua aparece, com possíveis náuseas e vômitos. Pela proximidade com outros órgãos, as reações podem ser confundidas com problemas no estômago ou coluna.
O procedimento cirúrgico realizado é a colecistectomia laparoscópica (colecistectomia por vídeo), na qual são feitas pequenas incisões para o uso de uma câmera e de pinças para a cirurgia. Esse procedimento permite recuperação mais rápida no pós-operatório e menor cicatriz cirúrgica.
Após a retirada da vesícula, é preciso iniciar uma dieta saudável e variada, contendo pouca ou nenhuma gordura. Isso porque, com a ausência da vesícula no corpo, há uma maior dificuldade na digestão de alimentos, sobretudo aqueles ricos em gordura. No entanto, essa dificuldade é apenas transitória e após 15-30 dias da cirurgia o intestino já estará readaptado sem a vesícula biliar.
Quer saber mais? Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo no Rio de Janeiro!