Você já ouviu falar de uma doença chamada colangite biliar? A maioria das pessoas desconhece esta patologia hepática, que é rara, crônica e autoimune. Em função disso, atualmente, trata-se do terceiro motivo pelo qual pacientes são encaminhados para o transplante de fígado.
A notícia boa é que o tratamento para a enfermidade já evoluiu muito nos últimos anos. Com o diagnóstico precoce, é possível evitar a evolução para um quadro mais grave.
Para auxiliar na compreensão do que é a doença e como é possível identificá-la, neste artigo, traremos informações fundamentais. Não deixe de ler!
Como identificar o quadro de colangite?
Trata-se de uma inflamação nas vias biliares que faz com que surjam fibroses nos ductos que ligam o fígado à vesícula e ao duodeno. O quadro pode evoluir lentamente para uma cirrose hepática e, consequentemente, haverá necessidade de transplante de fígado. Por isso, é importante identificá-lo precocemente.
Os principais sintomas da colangite são:
- fadiga;
- icterícia;
- perda de peso;
- prurido.
A doença é classificada em três tipos:
- ascendente;
- esclerosante primária;
- esclerosante secundária.
O tipo ascendente é uma infecção por bactérias que migraram do intestino para as vias biliares. Os sintomas são dor, febre e icterícia. Essa última se caracteriza pela coloração amarela na pele e nos olhos.
Outro tipo é a esclerosante primária, uma doença rara que acomete mais homens do que mulheres. Infelizmente, ainda não foi encontrada a causa para o seu desenvolvimento. Sabe-se que ocorre uma inflamação nas vias biliares, que gera cicatrizes que obstruem os canais, podendo causar cirrose e hipertensão portal.
Os sintomas nesse caso podem envolver diarreia, dores abdominais, perda de peso, febre, hiperpigmentação da pele e aumento do tamanho do fígado. O diagnóstico é feito com colangiografia e, se necessário, biópsia.
Por fim, o terceiro tipo é o da esclerosante secundária. Na maioria das vezes, é causada por cálculos biliares que surgem na vesícula e se deslocam para o ducto colédoco, levando a sua obstrução. Seus sintomas são parecidos com os dos outros dois tipos, ou seja, febre, enjoo, dor abdominal, calafrios e icterícia. Seu diagnóstico pode ser confirmado por exames de imagem.
Qual o tratamento indicado?
A colangite ascendente pode ser tratada com antibióticos de amplo espectro. Já a esclerosante primária, dependendo do grau da doença, pode ser tratada com o uso de uma variante de sais biliares, ou com o emprego da endoscopia para inserção de stent, para a dilatação das artérias comprimidas pela inflação. Quando a cirrose decorrente do quadro já está em estágio avançado, é necessário o transplante de fígado.
O tratamento para a colangite esclerosante secundária é feito com a desobstrução do canal afetado. Para tal, é utilizado o procedimento endoscópico para remover o cálculo e, caso haja necessidade, também é possível inserir um stent para manter o ducto aberto para a passagem da bile.
Quer saber mais? Acompanhe meu Instagram e meu Facebook para se informar sobre esse e outros temas e fique à vontade para ler outros artigos no meu blog e conhecer mais do meu trabalho como especialista em cirurgia digestiva no Rio de Janeiro!